Dona de casa produz máscaras para doação em Itanhaém

Praticar a solidariedade e colaborar com a prevenção ao coronavírus. Essa é a intenção da dona de casa Roselene Barros da Silva Vieira, de 40 anos, ao tomar a iniciativa de confeccionar as máscaras de TNT em sua casa e doar aos moradores do bairro Savoy, em Itanhaém.
As máscaras são penduradas no mural de seu portão, do lado de fora, para quem quiser, basta pegar. No mural está um recado – “Aqui tem uma artesã. Pegue sua máscara! É de graça!”.
A ideia de fazer as máscaras surgiu logo no início da pandemia, porque Rose convive com as enfermeiras que cuidam de seu filho, de 4 anos, pelo sistema de home care, e elas precisavam para trabalhar.
“No início costurei à mão algumas máscaras de tecido para as enfermeiras, mas como elas precisam usar todos os dias, resolvi fazer de TNT”.
Os vizinhos começaram a pedir as máscaras e, assim, ela decidiu pendurar um mural no seu portão para as pessoas que não podem comprar, nesse período de isolamento. “Todos precisam fazer compras no supermercado e não podem entrar sem a proteção”.
Rose afirma que, em média, consegue fazer 50 máscaras por dia. Ela também higieniza e embala uma a uma em um saquinho plástico.
Quanto ao material de TNT para fazer as máscaras, ela explica que conseguiu por meio de doação de uma amiga de Peruíbe. “Algumas pessoas vêm pegar as máscaras e também doam algum tipo de material. E a cola quente já tinha em casa”.
DICAS PARA USO
Rose conta ainda que sempre presta orientação aos moradores que pegam as máscaras.
“Como são máscaras feitas de TNT e descartáveis, oriento as pessoas como elas devem usar, além de ensinar sobre como pegar pelo elástico para não se contaminar, após o uso e jogar fora”, salienta.
Às vezes, quando acabam as máscaras penduradas no mural, os vizinhos chamam Rose. “É gratificante ver que podemos ajudar de alguma forma. Já contei com a ajuda de vários amigos quando precisei cuidar do meu filho que nasceu com uma doença rara”, ressalta Rose.
Até o momento, segundo ela, já foram confeccionadas e doadas mais de 1.700 máscaras de TNT, desde o início da quarentena, em março.
LIÇÃO DE VIDA
O filho de Rose, Samuel, de 4 anos, nasceu com uma doença rara, a meningoencefalocele. Caracteriza-se pela herniação do tecido neural através de um defeito nas estruturas ósseas da base do crânio.
Somente após um ano e um mês cuidando do filho sozinha, ela conseguiu que o plano de saúde arcasse com os custos do serviço de home care. Hoje, Rose conta com uma enfermeira e todos os aparelhos necessários, durante 24 horas, em sua casa.
“Sempre agradeço a Deus por estar em casa, pois se tivesse com o meu filho no hospital seria muito mais arriscado, durante esse período de pandemia”, observa.
Por conta da hidrocefalia, Samuel precisou fazer uma traqueostomia para poder respirar melhor, há cerca de dois anos. Além de usar uma sonda para a alimentação e medicação.
Rose já trabalhou em alguns estabelecimentos comerciais, mas teve que pedir as contas para cuidar do filho. “Para reforçar a renda familiar, eu e meu marido resolvemos comprar alguns brinquedos infantis – cama elástica e piscina de bolinhas -, e trabalhar com a locação deles”.
Porém, devido à pandemia da Covid 19, o movimento caiu bastante.
Além do filho Samuel, Rose mora com o marido e a filha de 11 anos.
Fonte: Diário do Litoral